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Receitas

Receitas sobremesas

Na terça gorda, uma sobremesa magra…

Penso eu que esse doce deve ter feito parte da infância de muita gente por aí – da minha pelo menos ele com certeza fez. Também duvido que alguém ainda não saiba como se faz um Festival de gelatina (sim, esse é o nome na minha terra, mas tem quem chame de Mosaico de gelatina, Gelatina colorida, e por aí vai…), mas em todo caso, vai que você esteve fora nos últimos, sei lá, 30 anos? Rá! Porque, sério, só assim para você nunca ter topado com esse doce por aí :)

Gelatina é aquela coisa né… tem quem ame, tem quem odeie, tem quem ache que ela não fede nem cheira. Bom, eu mesma fico alí num meio termo, não chego a cair de amores, mas acho que no calor é uma boa alternativa pra variar a sobremesa. Além do mais, nesse doce você consegue baixar as calorias se usar os ingredientes light – foi a minha primeira vez com leite condensado light e… quer saber? Curti. Também usei creme de leite light e todos os quatro sabores de gelatina na mesma versão – tudo light portanto na cozinha da rainha =)

Basta fazer 4 pacotinhos de gelatina de sua preferência, tendo em vista que, quanto mais coloridos os sabores, mais bonito ficará seu festival – eu usei maracujá, lichia, maçã verde e cereja. As embalagens mandam usar 500 ml de água em cada pacotinho (250ml de água fervendo e 250ml de água fria), eu costumo baixar essa quantidade para obter uma gelatina bem firme – no total acabo usando uns 300ml de água somente (150 de cada – quente e fria).

Depois que as gelatinas endurecem vem a parte divertida – cortar em quadradinhos todas elas. No liquidificador você coloca o leite condensado, o creme de leite e um pacotinho de gelatina sem sabor, dissolvida conforme instruções na embalagem e bate tudo, até misturar bem.

No final, junte o creme obtido às gelatinas picadas, misture delicadamente e acrescente raspinhas finíssimas de limão. Leve à geladeira até firmar e pronto!

*** Ah sim! Eu juntei também um pinguinho de extrato de baunilha ao creme, uma coisa assim só para dar uma “levantada no astral”, manja? (tks Claude por essa linda expressão!).

Coma seu festival devagar, numa tarde bem calorenta, “caçando” os quadradinhos de gelatina do doce enquanto lembra com carinho da sua infância – foi o que fiz, aliás =)

Ah! Se você preferir um doce bem firme, em ponto de corte, ao invés de 1 pacotinho de gelatina sem sabor, junte 2 à mistura de leite condensado e creme de leite, fechado? Eu prefiro assim, mais cremosinho :)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

arroz & risotos Receitas

Risoto de parma e rúcula

A receita básica de risoto todo mundo já pegou aqui, néam? Então, aqui a finalização fica por conta do presunto parma, usado para forrar o prato em que o risoto foi servido, e das folhas de rúcula, muito frescas e muito verdes, coroando tudo.

Eu ainda terminei a obra de arte com um fio de azeite e pimenta do reino moída na hora, tudo já no momento de “atacar” o prato =)))

Eu adoro parma. E rúcula. E risoto :)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

aves Receitas

Rolê de frango com recheio de cenoura

Eu gosto de frango, mas a parte que menos curto é o peito, que acho sempre meio sem graça. Daí que eu vivo inventando maneiras diferentes para usar os filés – e dá-lhe molhinhos mil, cubinhos temperados e qualquer coisa que saia do lugar comum do grelhadinho básico. Dessa vez eu fui de versão rolê, que é fácil de fazer e aceita mil e uma substituições de recheio. Aqui eu usei cenoura raladinha, bacon (ó o tempo das vacas goooordas ai ó…rs) e uva passa, tudo temperadinho com sal, pimenta, cheiro verde e manjericão, mas poderia ser outra opção de legume + palmito, ou queijos (cottage ou ricota pra ficar nas versões light), embutidos (cubinhos de presunto defumado ficariam ótimos também), milho, azeitona, tomate seco, damasco… ah, tem um bocado de coisa que pode virar recheio desse rolê – o lance é dar uma vasculhada na geladeira e ver o que está dando mole e usar a criatividade.

Depois de feito o recheio, foi só abrir com cuidado os filés, recheá-los, enrolar e fechar com palitos de dente. Depois, sal e pimenta do reino moída na hora e direto para a panela já quente com um fio de azeite até que eles fritassem bem (porque frango anêmico ninguém merece). Cobri com um pouquinho de água, tampei a panela e deixei cozinhar até ficar macio. Já cozidos, tirei todos os palitos e, pra finalizar me deu vontade de colocar umas fatias de pimentão vermelho (que eu tinha pensado em botar no recheio e me passei). Pronto! Foi o tempo de esperar que eles cozinhassem e que o caldinho reduzisse e voilà!

Servi com aquele arroz novo fantástico da Ráris, o 7 grãos integrais, que é simplesmente delicioso e fiquei feliz à beça com a minha variação de filé + arroz. Fazer diferente, comadres – esse é o lance =)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

cozinha rápida Receitas vegetarianos

É pizza, mas é light :)

Minhas pizzas preferidas são sempre as mais simples possíveis e, de preferência, com verduras ou legumes e de massa bem fininha – adoro. Eu passo beeeem longe daquelas quatro, cinco, mil queijos… mas não posso ver uma pizza de abobrinha no cardápio que já fico animada – pena que, raramente, quem está comigo também se entusiasma. Aliás, qual é a má querência do povo com pizza à base de verduras e legumes, han? E porque diabos uma pizza tem que ter 7643 coberturas? Conheço um pessoal (néééé Fábio?) que, tudo que se equilibrar em cima do disco de pizza, tá valendo. Deus é mais!

Bom, mas isso é assunto para debates acalorados e polêmicas fervorosas porque, vocês sabem, pizza para nós paulistanos é assunto seríssimo :) Então, polêmicas à parte, foi com entusiasmo que tempos atrás eu descobri esses discos de “pizza de frigideira”, uma variação digamos “the flash” da pizza que fazemos no forno. Cara, não tem coisa mais prática! Você separa os ingredientes que vai usar, acende o fogo, aquece um pouquinho uma frigideira (nem precisa ser anti-aderente), dispõe seu disquinho, a cobertura, tampa 3 minutos e voilà! Pizza crocante, rápida e que quebra um galhão quando você não está afins de se atracar com o fogão.

Eu uso essa integral da Massa Leve (que aqui se redime daquela massa de panqueca) e no momento meu formato favorito é esse – molho caseiro de tomates frescos (semana passada eu fiz duas panelas imennnsas de molho), uma fina camada de mussarella light, lâminas finíssimas de abobrinha (uso cortador de legumes), tomatinhos sweet, orégano e um fio de azeite extra virgem pra coroar.

Delícia da série comida fresquinha, levinha e dois palitos =)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

molhos Receitas

Molho de tomate ligeiro

Não chega a ser aqueeele molho de tomate que eu gosto de fazer, com toucinho, tomates sem pele e sem semente, apurado horas no fogo….mas ainda assim é bem mais saboroso (e econômico) do que um molho pronto.

Como o tempo era curto, peguei os quilos de tomate para molho que comprei na feira, retirei as sementes, piquei grosseiramente e levei ao liquidificador na posição pulsar, bem rapidinho. Na panela um fio de azeite e alho amassado até dourar levemente. Juntei o tomate batido, um bouquet garni prontinho (que a leitora Silvia me trouxe de Paris, desculpa?), um tantinho de açucar, sal e pimenta calabresa e deixei apurar. Depois de frio, guardei em potinhos esterilizados e tenho usado em várias receitas (na pizza aí de baixo, por exemplo) e até para comer frio com torradas, na hora que bate aquela fominha monstro.

Aproveita que o tomate ficou um pouquinho mais barato (pelo menos por aqui) e se joga no molho caseiro, comadre – aposto que você vai curtir.

(bouquet garni pronto - ideia de gênio)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

Receitas vegetarianos

Abóbora assada em calda de balsâmico

Oi leitorzinho amigo, tudo certinho com você? Algum cliente te perturbando logo cedo, numa manhã de sexta com chuva (como os últimos 38 dias aliás)? Não? Pois eu adoraria poder dizer o mesmo, porque aqui ó… aqui a parada está s.i.n.i.s.t.r.a. Pfff.

Tá ok, eu andei sumida e tenho sete mil posts pra subir, dez mil coisas pra contar, umas receitinhas batutas que andaram pintando para compartilhar e um ou outro delírio (que é o que eu mais tenho feito, de fato) para despejar por aqui, mas … vamos aos poucos, han?

Pra começar, a dieta da sopa se mostrou um fracasso (teve coisas intragáveis, acreditem… fora o meu ódio por salsão ter crescido deveras) e, por conta de uns perrengues que aconteceram nesse glorioso primeiro mês de 2010 (sério gente, que ano é esse, pelamor?), eu meio que descambei da dieta, mas ainda assim emagreci uns bons quilinhos e tenho uma ou outra sopinha gelada que valem um post, guentem aí.

Bom, se a dieta da sopa não é lá essas coisas, por outro lado, diminuir a comida a noite tem sido super bacana. Estou deixando um pouco os meus amados carboidratos e me jogando com fé nos legumes cozidos, assados, refogados. Tenho ido mais à feira, ao hortifruti e, apesar dos preços estarem pela hora da morte, tenho investido bastante na variedade para não enjoar dessa fase natureba light…. sabe como é… geminiana com ascendente em gêmeos (seja lá o que isso signifique)… enjoar é comigo mesmo =)

Resumo da ópera – estou indo bem no propósito de desintoxicar, apesar de ter caído de boca nos bolinhos e na cerveja muita num certo pic nic que rolou no último feriado (e sobre o qual é melhor não comentar…abafa! cof, cof, cof), durante a semana eu tenho comido direitinho e já me sinto mais disposta – a gente é mesmo o que a gente come, viu?

Nessa minha fase de comer menos arroz, tenho me jogado bastante em outros acompanhamentos – legumes principalmente – e foi aí que pintou em casa essa abóbora assada, que é tudo de bom para substituir o arroz e acompanhar aquele grelhadinho. Basta cortar a abóbora, dispôr numa assadeira, cobrir com os temperos que lhe apetecerem (eu usei mil ervas frescas e secas, flor de sal e pimenta calabresa), regar com azeite e muito vinagre balsâmico. É só cobrir com papel alumínio, levar ao forno pré-aquecido até que a abóbora esteja macia e depois descobrir e deixar o balsâmico reduzir e virar uma caldinha caramelada, que fica tudo com uma carninha.

Essa coisa de assar legumes é bacana, viu? Tô curtindo. Tem uma salada de pimentão assado que é divina… mas aí já é outro post, néam? =)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

Receitas vegetarianos

Mini abobrinha & Ricota

É preciso partir as mini abobrinhas no sentido do comprimento e, com o boleador ou uma colherzinha de café, retirar parte da polpa (que, obviamente, você guarda para usar no arroz, na sopa, no bolinho – lixo não!). Disponha-as numa travessa, regue com azeite do bom e tempere a seu gosto – eu usei pimenta moída na hora, sal e orégano fresco. À parte, prepare uma espécie de pastinha com 1 ou 2 dentes de alho cru – é só usar o ralador fininho, ou amassar ou, se preferir, pode até cortar miúdo que também funciona. Distribua esse alho nas bandinhas de abobrinha e reserve.

Prepare a “cobertura” amassando bem uma porção de ricota e temperando-a a seu gosto – use noz moscada ralada que fica delícia! Eu usei além da noz moscada, sal, pimenta e ciboulette. Misture tudo muito bem e distribua a ricota por cima das abobrinhas, cobrindo tudo direitinho. Regue com mais azeite, cubra com papel alumínio e leve ao forno médio por uns… 15 a 20 minutos, apenas o suficiente para deixar a abobrinha macia. Retire o alumínio e deixe dourar um pouco.

Sirva-as regadas com azeite extra virgem, acompanhado de arroz branco e uma saladinha honesta e esbalde-se com um almocinho muito do levinho ;)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

entradas e petiscos Receitas

Queijo coalho & Melaço

Se meu marido fosse escolher uma só coisa para comer o resto da vida, escolheria queijo. E desde que ele descobriu esse petisco, danou-se!

Sorte minha o coalho não ser um queijo dos mais baratos (aliás, porque isso, hein?), senão… passava o dia botando o danado na chapa. Hohoho.

Já se ouviu falar em vício em … coalho? ;)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

bolos e tortas doces Receitas

Bolo Fudge de chocolate

(bolo fudge de chocolate da Nigella, versão Faby)

Quando recebi o livro Nigella Bites, as receitas preferidas da chef inglesa, em uma rápida folheada já notei a diferença dele em relação ao Nigella Express, com bem a irmã já comentou aqui. Apesar das receitas serem quase todas muito práticas (que é a real pegada da Nigella) como no Express, neste livro dá pra sentir bem o tipo de cozinha da chef inglesa – é comida de casa, sem muita pompa e circunstância, algumas vezes até rústicas (e rústica é bom, eu adoro) mas também é comida com muita, muita sustância. Algumas receitas até assustam um pouco no quesito caloria – a exigência de creme de leite mais gordo possível me causa um certo arrepio, de verdade, mas… deixando o politicamente correto de lado, todo mundo também já está careca de saber que tudo que é gostoso é ilegal, imoral ou engorda, certo? Portanto, não há novidade em afirmar que uma comida “gorda” tem lá o seu valor, nem que seja no aspecto comfort food, do qual a queridona também é fã e que, sejamos francos, uma vez ou outra também não mata ninguém, vai.

De modos que talvez a comida do Nigella Bites não seja uma comida “para todo dia”, mas o livro da inglesa continua sendo um bom celeiro de ideias, com pratos que podem facilmente ser adaptados para um paladar digamos… mais “sensível”. Como todo livro de receitas, neste também muitas substituições são possíveis (e onde não são né?) – um prato que me despertou curiosidade, o enroladinho de beringela com um trigo que eu nunca ouvi falar, já está na minha lista com uma alteração para trigo em grão. Aliás, o próprio livro convida a esse exercício, deixando inclusive páginas para anotações pessoais, o que eu acho bem bacana.

No mais, Nigella continua mais Nigella do que nunca – muito sexy e com “carinha de quem tá gostando demais”, continua cozinhando de robe (ah tá), enfim… como bem disse a irmã, “coisas de Nigella, né gente?”. Apesar dessa pegada, que para mim soa forçada, isso não desmerece a cozinha ligeira e simples da qual Nigella é adepta – porque afinal, isso talvez a torne um pouco o inverso da ideia que temos de chef e, talvez por isso mesmo, ela fique mais próxima da nossa cozinha, a real.

Para ilustrar meu post, escolhi o Bolo Fudge de Chocolate, cuja receita a irmã também reproduziu e já publicou aqui na íntegra, e sobre ele minhas considerações são…

:: no lugar do tal “açucar dourado” e, sem saber patavinas do que isso se tratava, usei açucar cristal;
:: eu não fiquei afins de fazer creme azedo, então tudo que fiz foi usar iogurte com um pouquinho de suco de limão no lugar;
:: deixei para acrescentar o fermento e o bicarbonato só no final e não junto com os secos, como manda a receita – mas isso é neura minha, que não acho “certo” bater o fermento… coisas de Faby, relevem;
:: eu acho aquela paradinha de papel manteiga meio chata, então usei forma comum, untada e enfarinhada, embora confesse que tenha tido uma certa dificuldade para desenformar.

Enfim, para o meu paladar o bolo é doce demais, mas isso basicamente por causa do recheio e cobertura com o bendito glacê, muito semelhante aqueles de bolo de padaria, manja? que leva inacreditáveis 275gr de açucar de confeiteiro e 250gr de manteiga (!!!). Ah! Eu também não consegui a textura do glacê da foto da fatia de bolo cortada, lisinho e durinho – o meu ficou no ponto certo de glacê, mas nada parecido com o resultado da foto do livro mas, para quem curte um açucar, provavelmente não menos gostoso.

Aqui, o glacê e eu, num momento assim … Nigella :)

*post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

pratos únicos Receitas

Feijoada

Hoje foi dia de feijoada no meu cafofo. Dia de sol, véspera de feriado e consequentemente o dia mais apropriado para uma leseira pós-feijuca.

Minha receita de feijoada é clássica e mistura a experiência da família (todos como eu, loucos pelo prato) e os passos do restaurante Bolinha de São Paulo, famoso detentor do título de melhor feijoada do Brasil.

Para começar, feijoada que é feijoada não pode ser light. Isso non ecziste comadre. Se você quer uma versão menos calórica de uma feijoada pode cozinhar seu feijãozinho do dia-a-dia e incrementá-lo com um “algo mais”, o que fica bom claro, mas que – vamos combinar – não é feijoada.

Feijoada clássica leva pé de porco, orelha de porco, rabo de porco, língua, costelinha de porco, bacon, paio, carne seca, linguiça calabresa e lombo de porco. Obviamente você pode ter uma boa feijoada tirando um ou outro ingrediente (eu mesma quase nunca coloco lombo) mas a essência desse prato está mesmo nessa mistura mega ultra calórica. Porém com alguns truques você pode fazer com que sua feijuca não se torne aquele prato gordurento que você come e tem vontade de ir para a cama – porque seu corpo usa toda e qualquer energia para processar a quantidade imensa de calorias ingerida.

Um truque que eu uso é cozinhar as carnes junto com laranjas cortadas em duas metades com casca e tudo (eu tiro as sementinhas para que elas não se percam no meio do feijão e apareçam mais tarde na boca de um convidado e a quantidade de laranja varia de acordo com a de feijoada). A função da laranja é justamente absorver um pouco da gordura, deixando assim o prato um pouco mais leve. Também durante o cozimento é essencial que você vá retirando a gordura que vai subindo à superfície da panela com uma escumadeira. Você pode não botar muita fé mas a verdade é que isso faz toda diferença.

Então, minha receita não tem lá uma medida muito rígida mas eu procuro levar em conta a quantidade de pessoas que serão servidas e nunca esquecer que, feijoada não é só esse monte de carnes, feijoada também ter que ter … feijão! e ele não pode nunca desaparecer na cumbuca, nem derreter com o cozimento excessivo – ele é estrela do prato! Para isso é muito importante seguir a ordem do cozimento das carnes dessa forma:

Primeiro você cozinha as peças mais duras – pé, orelha e a carne seca (obviamente as peças que forem salgadas já devem ter ficado de molho em água por pelo menos umas 12 horas tomando o cuidado de trocar algumas vezes essa água). Depois a costela, o rabo e a língua e por último a linguiça, o paio e o lombo.

Em uma panela à parte eu frito o bacon cortado em pedaços médios (se você deixá-lo muito pequeno ele vai sumir na fritura) e na gordura que ele mesmo solta eu douro a cebola e o alho em quantidades generosas (só sei cozinhasr assim) e várias folhinhas de louro (eu gosto de adicioná-lo nesse momento da fritura e depois colocar outras folhas diretamente na panela do feijão também).
Depois de tudo bem douradinho (nesse momento sua cozinha vai estar muuuuito cheirosa!) joga isso na panelona da feijuca, retira as laranjas, acerta o sal (se necessário, pois as carnes mesmo dessalgadas ainda mantêm um tanto de sal), bota uma pimentinha… e aí são algumas horas no fogo médio. Nada de panela de pressão! A feijoada boa é cozida assim, sem pressa e em fogo brando. A minha ontem levou cerca de três horas para ficar no ponto, com as carnes bem macias mas sem desmanchar.

Para acompanhar, a boa e velha couve cortada bem fininha (disso eu não abro mão!) e abafadinha no alho muito bem douradinho; um arroz branco bem soltinho, farinha de mandioca torrada (há quem prefira fazer uma farofa – eu particularmente acho que não carece) e laranja descascada e servida em pedaços. Algumas pessoas também costumam servir a feijoada com torresmos, o que eu aprovo totalmente – torresmo, feijoada e cerveja compõem a santíssima trindade pra mim :)

Pronto, tá aí a receita do meu prato preferido e, com certeza, minha especialidade mais famosa entre os amigos.

E não é que esse post me deu uma baita fome? E eu acabo de me lembrar que ainda tem um bocadinho de feijuca lá no fogão. Sendo assim…. acho que vou para o segundo turno! ;-)

* post orginalmente publicado no blog Rainhas do Lar

(crédito da imagem: GettyImages)

Receitas sobremesas

Pudim de creme de chocolate ou As aparências enganam

Eu estava na sala de espera do médico muito tempo atrás quando vi a Ana Maria Braga fazendo um pudim de chocolate que me encheu a boca d’água. Eu e mais duas senhorinhas que aguardavam chegamos até a comentar sobre a receita – não precisava de liquidificador, de batedeira, nada… mais prática impossível.

Peguei a receita no site e ela ficou lá, no limbo da minha To Do List (que tem umas 875342 receitas que um dia eu ainda quero fazer), até que esses dias eu resolvi que era chegada a vez dela. Comprei os ingredientes que faltavam e planejei fazer a receita no dia seguinte – e teria feito se meu ilustríssimo conjuge não tivesse visto o creme de chocolate dando sopa na geladeira e pimba! mandado pro bucho. Eu devia ter percebido que esse era o primeiro sinal, mas não.

Comprei pela segunda vez o creme de chocolate e, em mais uma tentativa, descobri que não tinha mais chocolate em pó – sabe como é…frio, chocolate quente a rodo, enfim. Era outro sinal – também ignorado. Persistente (leia-se teimosa) que sou, comprei o que faltava e me joguei na cozinha – agora ia!

De fato, o pudim é muito fácil… nada mais do que misturar muito bem com um batedor de arame todos os ingredientes: 4 potes de creme de chocolate (total 440gr), 1 lata de leite condensado, 1 colher de sopa de margarina derretida, 3 colheres de sopa de chocolate em pó e 6 gemas. Estranhei a quantidade de gemas mas… fazia sentido – alguma coisa tinha que endurecer o pudim e portanto não seria eu a questionar a quantidade das gemas que, na minha concepção, fariam esse papel.

A receita mandava colocar a mistura em forma untada, cobrir com papel alumínio e levar ao forno pré-aquecido em banho maria por 50 minutos. Okey.

… 50 minutos depois… meu pudim continuava do mesmo jeito de quando o coloquei no forno: líquido. Tá certo, isso acontece… nem sempre essa coisa de tempo nas receitas bate com o que rola na nossa casa…normal.

… mais 30 minutos depois e o meio do pudim continuava mole…

… mais 15 minutos e, depois de quase o dobro do tempo indicado na receita, vá lá, o pudim parecia cozido.

Agora, era só esperar esfriar e desenformar, procedimento para o qual a receita informava que era preciso esquentar ligeiramente a forma.
Segui a dica e… nada. Nem sinal de que o pudim sairia da forma. Esquentei água, coloquei numa assadeira e deixei o pudim lá. Tentei desenformar de novo e … nada. Cutuquei os ladinhos com a faca, fiz outra tentativa e… nada. Já sem muita paciência, larguei a delicadeza e tentei de novo. Nada. Maldição!
Deixei o pudim lá na geladeira e fui tomar um ar, recitar um mantra e pensar coisas positivas… eu não ia perder a boa por causa de um pudim que não desenforma, né?

Algum tempo depois, resolvi me atracar com o danado de novo. Cutuca, cutuca, deixa na água, vira e … cataplaft! Diabos! O pudim estava meio mole no meio!
Desenformou todo quebrado, todo torto, um pudim com uma vibe meio Picasso, manja? Feio. O pudim estava feio pra dedéu mas… who cares né minha gente? Afinal, o pudim era só pra “consumo interno” mesmo… era só eu ignorar o fato de que aquele bendito tinha me dado um baile e tudo ficaria bem… afinal, o que importa mesmo é o sabor, né? Danou-se.

Pense numa coisa muito, muito, muito doce. E eu não gosto de doce muito doce. Okey, eu devia ter imaginado que aquela lata de leite condensado + quatro potes de creme de chocolate ia dar nisso… porque diabos eu me peguei nessa receita meu pai? Logo eu, que não dou a mínima para doces em geral?

A resposta é simples: eu fui seduzida pelo pudim encantador e supostamente delicioso que a Ana Maria Braga me vendeu. E eu posso reclamar? Não, não posso, até porque é exatamente isso que acontece tantas e tantas vezes quando vejo programas culinários na tv, quando abro uma revista de receitas, quando visito um site de comer – somos fisgados pela imagem, pela beleza do prato… só que, como na vida, na culinária também as aparências enganam, e como enganam!

Quem sou eu pra questionar a belezura do pudim da loura da Globo, mas ó… aquele pudim linnnndo que ela fez não lembra em absolutamente nada o resultado que saiu do meu forno. E aí? Oras… E aí nada! Culinária é assim mesmo comadres – o que deu certo lá na cozinha da diva não rolou aqui na minha – pode ter sido meu forno, minha forma, minha mistura, meu dia que não estava bom, meu humor, o clima, os astros… vai saber. A textura também não ficou bacana e o sabor eu nem questiono, porque aí a parada é gosto … e gosto, sabe como é… cada um tem o seu – lá em casa eu não gostei do pudim, mas o conjuge comedor de creme de chocolate adorou – ado, ado, ado, certo? ;)

Moral da história (porque esse post já está virando uma novela): tem dias que não rola.

Ah! E se você tem síndrome de formiga e curte um pudinzinho bem doce, pode se jogar viu? Depois me conta se seu pudim desenformou lindamente e ficou bonitão como o da Ana ou Picasso como o meu? Rá! Vai que eu comprei mesmo gato por lebre né? Nunca se sabe comadre, nunca se sabe =)

* post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar

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