Quando eu propus uma noite tailandesa para o encontro da Confraria, sabia que estaria diante de um grande desafio. Primeiro porque não é uma culinária que eu conheço bem e com pratos que eu nunca tinha feito e segundo porque minha idéia principal era que o menu não fosse aquela coisa restaurante-tailandês-no-ocidente, mas sim um resumo do que melhor representasse aquela culinária.
Como desafio é comigo mesma, o primeiro passo foi pesquisar e ler sobre comida thai (usei alguns livros de receitas, revistas de turismo e o bom e velho google) e separar cerca de cinquenta pratos, entre entradas, guarnições, principais e sobremesas. Depois, escolhi entre as receitas aquelas que pudessem ser pré-preparadas para facilitar a finalização na hora do jantar e também aquelas com ingredientes viáveis mas sem perder o toque exótico da coisa. Foi então que cheguei aos oito pratos escolhidos para compor o menu…
Como o propósito não era gastar rios de dinheiro, a decoração também foi pensada para seguir uma linha básica, com algumas referências da cultura thai. As frutas, que tem papel de destaque naquela culinária, faziam parte do cardápio e cumpriam também papel decorativo, trazendo para a mesa um ponto importante – o colorido e a diversidade necessários tanto aos pratos quanto à criação do ambiente. Ao invés de investir muita grana em flores, uma visita a uma casa de produtos para confecção de velas trouxe a solução ideal – folhas coloridas de chá, aromatizadas e secas que são incrivelmente baratas (coisa de 1,00 um pacote grande). Usadas no centro de mesa e combinadas com tealights foram espalhadas em cachepots pela sala e deram o clima necessário.
Quando você imagina uma noite temática, não quer dizer que você tenha que sair comprando milhares de coisas com o motivo escolhido porque nesse caso o máximo que você vai conseguir é deixar tanta informação que acabará confundindo e carregando demais. Basta que você busque elementos ligados ao tema, que podem ser coisas que você inclusive já tem em casa – lenços, vasos, velas. Em vez de sair comprando um monte de objetos com cara asiática, preferi pequenos detalhes muito mais econômicos – os ramos de jasmim em vasos, o detalhe do provérbio tailandês impresso que tinha tudo a ver com o contexto da noite, as flores tradicionais tailandesas pintadas no menu… Aqui eu escolhi dar mais destaque aos pratos, que eram o foco principal da noite, mas se você quiser investir pesado no tema, lembre-se que muitas vezes um pequeno detalhe é que faz a maior diferença. Eu sou uma pessoa que prefere os detalhes…
Para completar o climão, baixei uma coletânea de músicas tailandesas mas… mas… não rolou…rs. Eu penso que a música em uma reunião assim é fundamental, mas ela não pode 1)ter mais destaque do que o necessário; 2) incomodar; 3)cansar e 4)dar dor de cabeça … e as músicas tailandesas…bem, elas são… tailandesas demais, manja? Não que não sejam boas (vai que tem um tailandês lendo isso…rs) mas é que são …er… exóticas, pelo menos para nós, com ouvidos pouco acostumados a esse….er…digamos, exotismo musical. Daí meu marido, bom e perfeito como sempre, gravou uma coletânea em MP3 com o que ele chamou de música-tranquila-para-encontros-de-mulheres-equilibradas, que incluia Enigma, Ennio Morricone, Annie Lennox, 3 Doors Down, 10.000 Maniacs, Tracy Chapman e Madredeus entre outras pérolas, e deu-se aí o fundo musical.
O resto foi muita risada, muita história maluca, novas expressões incorporadas ao vocabulário (né Khrisna?rs) e diversão garantida até às 3 da manhã.
O maior segredo para produzir uma reunião bacana? Reunir gente agradável. Ou, como nós diríamos, chamar a nata. Rá!
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Ah! Todas as receitas seguem na sequência.
* post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar
1 Comentário
Monica Loureiro Jorge
20 de fevereiro de 2011 at 6:31Vou procurar na Internet os cantores e músicas que o seu marido gravou….
Achei muito engraçada a parte sobre as músicas tailandesas…