Uma de minhas maiores especilidades na cozinha é produzir gororobas recicladas. Isso porque eu simplesmente detesto comida requentada. Sabe aquele macarrão que o povo esquenta tudo junto, molho e massa, direto na panela? Aquilo que dá arrepios!
Por conta dessa aversão criei o dom de desenvolver novas comidas a partir de velhas comidas e minha maior especialidade é o Res’dontê, prato muito fino inspirado na culinária francesa (hohoho) feito com arroz velho.
Existem muitas maneiras de fazer o Res’dontê e a forma mais tradicional dele leva o nome pimpão de arroz à grega e pode ser nada mais nada menos do que o bom e velho arroz pronto reciclado. Eu faço um refogado com cebola, cenoura raladinha, pimentão verde e vermelho em cubinhos, ervilha, milho e o que mais tiver dando sopa na minha geladeira. Faz o refogado, junta um tablete de caldo de legumes, espera cozinhar mas não deixa secar completamente e junta no arroz.
Pronto! Arroz à Grega com cara de novo. Existe uma variação que eu faço com curry ou açafrão… depende do meu estado de espírito….hohoho. Nesse caso, é só juntar um dos dois no refogado. Just it.
Outra versão, a minha preferida, você faz pegando o arroz velho e misturando nele ovos batidos com sal, salsinha, cebolinha (como se fosse para fazer uma omelete), queijo ralado (parmesão se tiver, senão manda bala naquele de saquinho mesmo), mistura tudo, bota numa travessa, cobre com fatias de mussarella e leva ao forno só o tempo suficiente para cozinhar o ovo e derreter o queijo. É importante que o ovo seja suficiente para envolver bem o arroz e deixá-lo bem molhado para que os grãos não ressequem no forno tá?
No mesmo estilo dá pra fazer Res’dontê dourando bastante cebola picadinha na manteiga (dá pra fazer com um pouquinho de açucar queimado também que fica delicious), joga lá dois ovinhos, faz um mexidinho, tempera com sal, pimentinha branca, muita salsinha e cebolinha, mistura tudo ao arroz, põe mais um pouco de manteiga e leva ao forno para esquentar.
Assim como o Res’dontê tem inspiração na França, o Soborô é a sua versão oriental e segue a mesma linha. Sabe o arroz velho e o franguinho que sobrou? Vira Soborô de frango, uma espécie de risoto pobre. O mesmo vale para sobras de carne de panela que, misturados ao arroz e com um pouco de criatividade ficam ótimos como Soborô ou ainda se acrescentado farinha de milho ou mandioca dão vez a uma deliciosa farofinha.
A ordem minha gente é reciclar.
* post originalmente publicado no blog Rainhas do Lar
2 Comentários
Lilian Danciger
6 de janeiro de 2022 at 16:59Kkkkkkk, essas especialidades são figurinha repetida aqui em casa. Desperdício? nem pensar, ainda mais com comida. Lembre das criancinhas africanas, diziam nossas mães em nossa infância. Mas o que mais gostei esses dias, foi o tweet do Paulo Vieira a respeito do tema. Ele chamou de culinária espírita, pois as aves do Natal voltam reencarnadas na forma de arroz à grega, bolinhos, farofa, recheio de panquecas, até não restar mais nada. Obra da mãe dele, a qual não adianta recusar, ela reencarnará no dia seguinte sob outra forma.
Lilian Danciger
6 de janeiro de 2022 at 17:01Kkkkkkk, essas especialidades são figurinha repetida aqui em casa. Desperdício? nem pensar, ainda mais com comida. Lembre das criancinhas africanas, diziam nossas mães em nossa infância. Mas o que mais gostei esses dias, foi o tweet do Paulo Vieira a respeito do tema. Ele chamou de culinária espírita, pois as aves do Natal voltam reencarnadas na forma de arroz à grega, bolinhos, farofa, recheio de panquecas, até não restar mais nada. Obra da mãe dele, a qual não adianta recusar, ela reencarnará no dia seguinte como um novo prato.